quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Constante irrompimento 


Irrompendo meu peito desvenda
todas coisas que pode dele sair
do mais fundo poço do coração
em meio aos galhos, entranhas
lamaceiros, pedregulhos, trilhas 
riachos, mares, montanhas, céus
de minha Alma

Irrompendo eu vou adentrando 
em mim, desvendando todos os mistérios
do bem do mal, da morte da vida
do ser ou não ser
do estar e não estar

Irrompendo caminho entre todos
disfarçando o que há por dentro
manifestando somente o necessário
enquanto vou trilhando
mandando às vezes um recado de dentro
de mim, para mim mesmo, como essa poesia agora
que irrompeu minha pele afim de se manifestar

Irrompendo, às vezes. me perco 
às vezes te odeio, te amo
te desejo, e não te quero

Irrompendo até explodir eternamente
em vida, em todas partes do universo
completando meu ser rompido.

Talvez tudo possa estar errado
mas caminhar é preciso
pois só assim enxergarei o outro lado.

Uriel Cordeiro


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Vazio

O peito quando bate
Vazio
a atmosfera 
quando respiro
Vazio
todo espaço 
quando procuro
Vazio
todo o chão
quando caminho
Vazio
cada detalhe 
da natureza
Vazio
o copo com água e sal
Vazio
tudo aquilo que resta

vazando, derramando cada lágrima
por dentro (sem que ninguém veja)

Vazio o coração de um poeta
que tentando alcançar sua máxima poesia
se entrega a um Vazio 
Se sente Vazio
Vaza com tudo que tem
deixa, por medo, até o amor
Então, achando estar Vazio
Se encontra entupido de grandes emoções
que conferem a sensação de Vazio

No fim, só quer, o homem, saber amar
saber se doar a esse Vazio
Para mostrar a si e ao mundo que Vazio
É relativo.

Até mesmo o vácuo 
pode estar contido de sentimentos.
E a sensação de Vazio 
É só o eterno anseio pela compressão.

E estar só, solitário, ''abandonado''
não é estar. Aliás, nunca estaremos Vazios.
Apenas desentendidos. 


Uriel Cordeiro