quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O azul do fim de tarde


Caminhando...
Havia no céu uma cor tão única,
um azul tão místico
espalhado entre a noite e o dia,
do adeus do Sol ao olá da Lua.

Nesse momento, caminhando,
senti que em mim haviam
nuvens densas
carregadas de uma energia pesada.

Logo os trovões começaram,
faíscas para todos os lados.
A mente nublada prestes a precipitar
fez chover pelos meus olhos
as nuvens mais escuras e energizadas do meu ser.

E pela pele fria do vento sul de fim de tarde
os arrepios eram aleatórios e total.
As pernas frágeis diante daqueles dois céus,
o de dentro e o de fora,
buscando apenas um momento para dizer a verdade.

Caminhando vi um azul tão belo
que pude compreender certas coisas
que a rotina não nos permite ver.

Uriel Cordeiro

sábado, 1 de outubro de 2016

Ausência só


Um mundo tão complexo
ou uma visão tão ruim
mal posso entender
tampouco enxergar

Um cérebro é capaz de tanta coisa.
Sou eu o cérebro que cria e descria
que faz e desfaz?

Ausência de mim em si próprio
existencial crise ver
ver não ver
não saber... A ausência do querer.

Inequação entre corpo e Alma
todas variáveis ausentes de um real valor.

Tão complexo,
ou uma visão tão ruim?

Uma visão tão ruim
ou um cérebro tão confuso (complexo)?

Ausência da essência que faz de mim
a eterna desavença.


Uriel Cordeiro