Construir a casa, reformar o lar
Dar vida de novo a coisas perdidas.
Cair em lembranças de encontros
com coisas sumidas.
Catar pregos nas fendas, pregar tábuas,
alinhar o esquadro, medir o espaço.
De novo, estou construindo, reformando
catando nos entulhos os pedaços de um novo rumo.
E cada muro que quebro, um rumo que se ergue
e cada martelada que dou, um sussurro do que sou
Diz baixinho para mim: Os seus versos são de mim,
a sua vida que constrói o mundo ao seu redor, os seus versos
é você e sou eu os versos que construo em cada lar e cada casa.
Catar pregos, carregar madeiras, lixar, pregar, todos
atos, fatos e agora relatos. Subir a escada, pregar,
se pendurar lá em cima, sem medo de cair...
Nunca foi só projetar.
A poesia é minha morada, o lar onde me criei.
E construir é sempre a chegada de um novo verso do que serei...
Uriel Cordeiro
21/08/23