Meu coração ingênuo
se faz de louco,
ingere sabido o veneno,
depois chora roco.
Chora rápido e pouco
esse coração virado,
por dentro deve estar oco
ou quase que parado.
Esse coração, portal
que nunca se abrira,
derrama agora seu pranto
desmascara o amor e a ira.
Procura o doce sabor
do sentir a velha dor,
de roer o osso podre
que o tempo já levou.
Esse coração ingênuo
feito um grão de feijão
germinando num pequeno
pedaço de algodão.
Uriel Cordeiro