terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vejo um poeta em cada um de nós,
os poetas todos, perdem, acham ou ainda não acharam sua poesia.
E como a lua, somos de fases.

Estive pedalando um dia e deixei no rastro do tempo meus versos em forma de ar.
Dentro de mim apenas sentia um breve vazio, esse vazio estava coberto por uma vibração,
uma cosquinha suave e boa.

Deixando então meus versos no ar
eu estava disposto a tudo, 
via somente com os olhos e com eles sentia as coisas como elas são e nada mais.

Sem poesia a florescer em minhas mãos,
via e vejo poesia brotando de cada canto 
cada sorriso
cada estresse 
cada inseto
cada onda...
Não ter poesia nas mãos é e foi tremendamente magnífico,
dei sentido aos meus sentidos, tive um maior contato com quem eu sou realmente,
em total processo de descoberta, ainda cavo fundo em meus dilemas, até encontrar em mim a poesia de ser.


Uriel Cordeiro

sábado, 16 de novembro de 2013

Um dia vi-me livre de todas as invenções humanas
exceto as palavras.
Vi-me nu perante uma cachoeira num vale encantado
Vi-me sozinho em meio o grandioso cerrado,
Perfeitamente sozinho senti uma grandeza infinita
que saia da natureza, as árvores emanavam uma leve mistura de cores
o Amor senti ao ver, simplesmente ver o Amor...
Livre de qualquer invenção humana eu estive, senti-me como uma criança e tudo era alegre.

Ouvia um som no fundo do vale que não dizia nada
Mas era tudo, magnifico ao momento.
Uma melodia em perfeita projeção
tocou meus ouvidos de leve e dizia ao léu; bem te vi...
Da forma que o senti
meu amor entreguei-o

E livre entre árvores e raios solares amei tudo da sua maneira real visível ao olhos
Ver com olhos é sentir com o que somos deveras
Corpo e alma
leve voa leve paira


Uriel Cordeiro