terça-feira, 24 de outubro de 2017

Onde é que certas coisas começam?


Parei para pensar: certas coisas
começam onde, afinal?
É, tem coisas que começam no começo
e só nos damos conta lá longe da jornada.

Nó que se faz fica para trás
e pra evoluir é preciso retroceder
desatar as amarras de outrora
a Alma de fora perceber.

Ah, a infância tão doce
quanto as frutas do pomar
Em meio as árvores
um jardim de solo fértil
a pensar, na sombra das
Árvores tudo podia imaginar.

Onde fizeram-se os nós
que hoje amarram a Alma
a uma resposta de um instante
que fez a cabeça pensante em looping entrar.


É preciso de fora olhar
sentir, se entregar, resistir
pois hora ou outra o nó
encontra-se submerso
em um oceano de lágrimas,
mergulhar fundo será preciso.

Onde começam certas coisas que empurramos
pela vida toda, sem saber como lidar?

Que forças podem ter o pensamento
sobre o destino?

Venho embolado nessas questões
sem saber como lidar, a resposta
está fundo, parece que além de mim.
Há mais além de mim no que me diz respeito.

Vem de onde vim, de ondem vieram
e de onde viemos e para o que viemos....?

Uriel C'onfuso


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Ah, tem sido irônica a Vida


Se confundindo com a morte
nas trilhas da cidade estreita,
sem nunca contar com a sorte
os olhos sem entender espreita.

Quanta ironia pode ter o destino,
sofrendo as intempéries do acaso,
no correr dos dias, meus sentidos refino
sobre o perceber da existência de um grande Laço.

Tal laço, soa irônico, feito o Fim
que se recomeça no instante exato
em que se cerrou, onde a Vida
vai ao final de sua forma
e se transforma...
Onde acabar é começar
e vice-versa.

Ah, mas tem sido irônica a Vida
e dela sigo rindo pelas ruas
notando em minhas ironias e contradições
um pouco do Mundo que vivo
e um pouco do Mundo de onde vim
Deve ser assim, essa coisa de não entender
por saber que não terá um Fim.

Há acaso no destino?


Uriel Cordeiro




sábado, 7 de outubro de 2017

Da porta do meu quarto


Vi todas as coisas minhas
que faziam o formato
de mi'Alma
que se enrolou entrelinhas

Vi o Céu da janela fechada
o armário aberto, as roupas
saindo de dentro dele
o violão tocando
a poesia sendo escrita

Os números
matéria
estudos

Vi tudo que eu fazia acontecendo
enquanto da porta do quarto Eu via tudo parado
E minhas coisas sozinhas se faziam diante de mim..

Eu na porta, prestes a sair, me vi, sem enxergar
vi minha Vida de mim se livrar, por um instante
tudo leve.

Fechei a porta e me deixei no quarto
sem me deixar além da saída

Nessas, vou sem saber
onde estou afinal...?
Onde me levará essa lida?


Uriel Cordeiro