sábado, 30 de setembro de 2017

Coruja a me olhar


Olhos fechados
a pele verde
vi um ser flutuando
no negro infinito
dos meus olhos

Feito de retalhos de papel
cada folha, uma poesia

Mas uma Alma feita de papel
se queimar, se ia, se molhar, corria,
se ventar, escondia

A coruja a me olhar...
Me olhava, sem parar

Meu corpo estremeceu-se
num estalo de olhar,
entre o aqui e lá
pude ver o que há

De olhos fechados havia
uma coruja a me olhar

Zóio preto, profundo
tipo coisas de outro mundo

Vi mi'Alma a se espalhar
feito folhas que o vento quer levar
e tudo se desorganizando
para se reorganizar


Uriel Cordeiro



Nenhum comentário:

Postar um comentário