sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O que vejo quando abro a janela?


Dias fechado, sob a cortina, sem luz,
meu peito em aberto, na escuridão do quarto.
Dias fechado, abro a janela: o que vejo?

Luz derramando-se sobre minhas coisas,
meus pensamentos, Sol!!!

Cegueira branca.

- Voltei.

Vi o Mundo, a cidade toda vindo,
vindo e vindo sobre as pessoas.
A gente se espremendo, sem se tocar
se odiando, precisando se amar

Encaixotando, subindo, elevador
e a dor se elevando.

- Ah, será que fecho a cortina?

- E deixo a cidade crescer sobre mim...?

Despertador nem tocou ainda,
estou estando à frente do Tempo
apressado além da pressa

Abri aquela janela, e fui abduzido por ela,
do quarto pra fora onde mi'Alma cresceu,
agora cresce sobre nós, aquilo que criamos,
que estamos fazendo para nosso ''bem-estar''.


Fechei a janela e fui dormir de novo.
É domingo, chove lá fora.


Uriel Cordeiro


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