domingo, 30 de abril de 2017

Após minha pele há o Inferno e o Paraíso 


Após minha pele há o Inferno e o Paraíso
nas entranhas, nos vales, mangues, ribanceiras,
nas florestas do meu ser há toda a vida em duas partes
o Inferno e o Paraíso.

Após meus olhos, que em ambos se transformam,
há Deus sentado nas nuvens e o Diabo sentado no fogo.
É só a chama de um arder que se faz chover em seguida
as nuvens do outro, e nessa ficam, Deus e Diabo do meu ser,
num morde e assopra, num chove e apaga...

Discutindo sempre suas ideologias, crenças
e ficam eles na tentativa de se impor sobre mim,
o espectador.

Às vezes, tomo o rumo externo de minha pele
deixo os dois lá... Um na nuvem, outro no fogo,
e vou além do crepúsculo, cruzo a mancha vermelha
do entardecer, desvendo o eterno, o espaço e me perco no tempo.

Quando volto, o pé de guerra ainda está feito.
Chove e apaga, queima e esfria.
Talvez seja esse o destino da Alma aqui nesse corpo.

Após minha pele há o Paraíso e o Inferno, transvestidos de Alma.


Uriel Cordeiro

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